História



Ao tomarmos como objetos de análise a pintura A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles, e a planta da Vila de Abrantes, produzida pelo capitão Domingos Alves Branco Muniz Barreto, sobre o território indígena do sertão baiano, objetivamos compreender algumas das memórias da desterritorialização das terras indígenas e as transformações do espaço natural do território brasileiro a partir do contato estabelecido entre portugueses e indígenas no período colonial. Na análise, refletimos sobre como a apropriação do espaço, antes pertencente aos indígenas, se deu acompanhada de símbolos do poder. Neste artigo, pensamos na transformação do espaço natural convertido em símbolo do poder europeu, evidenciando conflitos e reestruturações de significados do território do sertão baiano a partir do século XV.

Abstract: By taking as subject of analysis the painting A primeira missa no Brasil (The first mass in Brazil) by Victor Meirelles and the plans of Vila de Abrantes (Abrantes Villa) designed by Captain Domingos Alves Branco Muniz Barreto, regarding the indigenous territory of the Bahian’s backland, we aim in this work to understand some of the memories of the deterritorialization of indigenous lands and the transformations of the Brazilian territory natural space since the contact established between Portuguese people and indigenous people in the Colonial Period. In the analysis, we reflect on how the appropriation of the territory happened alongside the use of symbols of power. In this paper, we think about the transformation of the natural space converted in a European symbol of power, revealing conflicts and meaning restructure of the Bahian backland territory from the XV century on.



Este artigo propõe analisar as formas como o corpo humano foi representado em duas imagens publicadas no impresso baiano A Coisa, com o uso da técnica xilogravura, e uma imagem publicada na revista norte-americana The Verdict. A madeira, a tinta, a cor e o papel são elementos que, ao comporem imagens gravadas de corpos e cenários, demarcam características fenotípicas e a consequente ressignificação das identidades representadas. Assim, os materiais, os suportes e as técnicas utilizadas na produção e veiculação das imagens publicadas na imprensa ilustrada entre o final do Império e a Primeira República no Brasil, tornam-se elementos de interesse ao possibilitarem a identificação de uma linguagem visual, capaz de produzir e veicular discursos étnicos, raciais, culturais, sociais e políticos ao mesmo tempo em que constituem visualidades para esses corpos. 
Palavras-chave: Imprensa. Ilustrações. Corpo humano. Negros. Xilogravura. Brasil - História - República Velha, 1889-1930.






Este artigo se propõe a analisar parte específica da produção da imprensa ilustrada na Bahia, especialmente do jornal A Coisa (1897-1904), o caráter de seus textos com temáticas africana e afro-brasileira, pensando a autoria organizada por grupos de redatores amigos com propósitos ideológicos consonantes à segmentação impulsionada por países como a França e os Estados Unidos. Ao perceber a efetiva atuação de Arthur Arezio da Fonseca, redator e caricaturista negro, assim como a presença de nomes e estereotipia produzidos por e sobre africanos e seus descendentes, interessei-me por analisar como a temática das africanidades e da corporeidade étnica se deu de forma comprometida e distanciada, de modo a contribuir para a opacidade ou visibilidade de determinados padrões na imprensa ilustrada produzida na Bahia.








Diante da conjuntura social e política do Brasil, momento em que se percebe ameaças iminentes à democracia e as liberdades individuais e coletivas, somos impelidos a lançarmos olhares sobre as políticas afirmativas, revisitar a proposta da Lei 10.639/03 e 11.645/08. Nossa intenção se volta a discussão da lei enquanto um marco histórico no país a partir da visualização de uma imagem reproduzida que nos permite perceber um modo de inscrever a corporeidade e a identidade africana e europeia. A lei é tomada pelo seu propósito inclusivo e democrático em favor da equidade no campo simbólico do saber formal direcionado para a instrução de pessoas brancas e não-brancas em escolas públicas e privadas no país. Com o objetivo de reiterarmos a importância de leis como essas, voltadas para a produção e divulgação de conteúdo visual e textual acerca da cultura, das representatividades e da história de africanos e afro-brasileiros nos livros didáticos da disciplina de História no Ensino Fundamental, nosso artigo consiste na apresentação e análise da gravura O explorador francês Louis Mizon em expedição na África, observadas outras nomeações e reproduções, como Exploração ao Rio Benué na Nigéria (1892) e Lieutenant Mizon (1892) conforme consta em sua primeira publicação, no periódico parisiense Le petit journal: supplément illustré.


PELE E SENSIBILIDADES
Práticas de memórias e identidades do negro na literatura (1909-1940)


PEREIRA, Túlio Henrique
Novas edições Acadêmicas
ISBN: 978-3-639-68849-8
Ano de publicação: 2014
Páginas: 148


A pele e as sensibilidades do negro servem como referências para o estudo de uma sociedade que identificou e determinou papéis sociais, inicialmente por princípios da religião católica cristã e, posteriormente, pela repersonalização e epidermização do sujeito. É nesta perspectiva, portanto, que este estudo problematiza em caráter descritivo e analítico questões que giram em torno de três eixos: primeiro, as constituintes da pele, momento no qual é feito um panorama breve sobre a história do negro a partir de sua origem até a personalização deste sujeito em sua condição de escravo; segundo, as memórias da pele, capítulo em que são relacionadas memórias do cotidiano de negros, descritas por viajantes, e impressas em jornais da cidade do Salvador, na Bahia; terceiro, as sensibilidades da pele, uma breve análise da experiência moderna dos autores e personagens presentes no século XX, cujas memórias são remissões de modelos construídos no século XIX.



DESAFIOS EPISTEMOLÓGICOS DAS CIÊNCIAS NA ATUALIDADE


Imagens de memórias etnorraciais em charges da Primeira República


PEREIRA, Túlio Henrique
Organizadores: Luci Mara Bertoni, Leila Pio Mororó e Claudinei de Camargo
Formato de Arquivo: PDF
ISBN: 978-85-7917-227
Ano de publicação: 2013
Páginas: 286
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O Museu Pedagógico da UESB agrega grupos de estudos em torno do conhecimento sobre a História, a Educação e a Cultura, à luz de várias ciências. Bianualmente, a sua equipe elege um tema de estudo decorrente de suas pesquisas para ser discutido com a comunidade acadêmica a partir da realização de Colóquios. Este livro é fruto de discussões e debates acadêmicos ocorridos, em outubro de 2011, durante o IX Colóquio Nacional e III Colóquio Internacional do Museu Pedagógico que teve como tema central os “Desafios Epistemológicos das Ciências na Atualidade”. A discussão a respeito do diálogo entre as ciências não é nova, mas dada a sua natureza é, sem dúvida, sempre atual. Por isso, os Colóquios enfocaram questões significativas para e na construção do conhecimento das ciências, considerando para tal, a complexidade de suas análises e a diversidade de suas abordagens. A socialização de discussões na perspectiva de enriquecimento do debate a respeito da constituição da história, da memória e da educação é um dos objetivos deste livro que ora propomos como mais um dos desafios epistemológicos das Ciências na atualidade.



DIÁLOGO MULTIDISCIPLINAR ENTRE AS CIÊNCIAS HUMANAS, EXPERIMENTAIS E DA MATEMÁTICA


A Memória do Vivido em Dois Eixos Relacionais: a ficção e a realidade no universo da experiência


PEREIRA, Túlio Henrique
Alínea
ISBN: 978-85-7516-636-9
Ano de publicação: 2013
Mais informações: (clique aqui)

O objetivo do livro é estimular o desenvolvimento da pesquisa e da produção conjunta entre as áreas de humanas, exatas e da natureza, propiciando uma ampla discussão sobre os campos comuns e distintos que unem as disciplinas curriculares e as ciências que compõem esses campos do saber, possibilitando uma problematização consequente sobre o conjunto de temas e questões que preocupam os estudiosos da Educação e das Ciências na sociedade.






XIX CONGRESSO LUSO AFRO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

ANAIS - 2011

AS IDENTIDADES NEGRAS E A CONSTRUÇÃO DE UMA MEMÓRIA SOBRE NEGROS: BREVE ANÁLISE DA CONDIÇÃO E IMAGEM DE NEGROS EM NARRATIVAS E JORNAIS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO DOS SÉCULOS XIX E XX

PEREIRA, Túlio Henrique
UFBA
ISBN: 978-85-60667-95-6

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Utiliza-se a obra literária para relatar e analisar as representações mnemônicas das identidades negras no País, por se considerar a literatura nacional um marco sociocultural no século XIX, elevada pela transição do Império para a República, pelos movimentos abolicionistas encabeçados por escritores, jornalistas, artistas negros e mestiços forros, muitos deles desconhecidos pelo grande público, e outra boa parte utilizada como mote e inspiração para romances3. Sendo assim, a obra literária é tomada como a expressão da individualidade de seus autores, em manifestação social e coletiva de suas ideologias e necessidade de denúncia de acontecimentos sócio-históricos de uma sociedade que se configurava.



VII ENECULT - ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA - ANAIS - 2011

A PELE NEGRA COMO APORTE MNEMÔNICO DE IDENTIDADES NO SÉC. XX: UMA ANÁLISE DO LUGAR E DOS LUGARES DE NEGRO EM IMAGENS DIDÁTICAS

PEREIRA, Túlio Henrique
Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura/ FACOM/ UFBA
ISBN: 85-60186-00-X
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A partir de um campo interdisciplinar possibilitado pela memória, em convergência com a história das mentalidades e dos postulados da História Nova, foi possível acionar, através da observação e análise de corpus literário, imagético e midiático, as práticas e memórias do negro brasileiro no cotidiano dos séculos XIX e parte do XX. A pele e as sensibilidades do negro servem, portanto, como referências para o estudo de uma sociedade que identificou e determinou papéis sociais, primeiro por princípios da religião católica cristã e, posteriormente, pela repersonalização e epidermização do sujeito determinado por uma identidade com referência de sua condição de escravo, e de sua posição de inferioridade ao longo da história do Império até a instauração da República no Brasil.
Palavras-chave: Memória, História, Identidade Negra, Literatura, Iconografia


VI ENECULT - ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA- ANAIS - 2010

A MEMÓRIA COMO SUJEITO E OBJETO DO CONHECIMENTO

PEREIRA, Túlio Henrique
Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura/ FACOM/ UFBA
ISSN: 2177-6075
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Objetiva-se neste artigo discutir algumas das categorias de sujeito determinantes de um jogo múltiplo dos símbolos de conexões diretamente ligados à questão da memória coletiva e suas formas de objetivação. Partindo de uma estrutura reformuladora do pensar nas ciências humanas, especialmente na história, eleva-se uma breve análise interdisciplinar do que seria a memória para além de seus dispositivos psicossociais, definidos nos atos de lembrar e esquecer. Pautamos-nos ao exercício de questionar e ilustrar algumas práticas suscitadas por seus mecanismos ao mesmo passo em que oferecemos uma abordagem fenomenológica à questão da memória convergida do seio social em sujeito e objeto de saberes.
Palavras-chave: Memória, Sociedade, Sujeito, Objeto, Saberes



AS RESSIGNIFICAÇÕES DO ESPAÇO PÚBLICO DA PRAÇA - LUGARES DE MEMÓRIA E SOCIABILIDADES

THE RESIGNIFICATIONS OF SQUARE PUBLIC SPACE: PLACES OF MEMORY AND SOCIABILITIES
PEREIRA, Túlio Henrique
Edições Uesb
2009 - p. 39-52
ISSN: 1677-2342
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É a partir do instante em que as gerações antigas e as gerações das gerações de nossos avós e pais vão se exaurindo e junto deles os referenciais de sua época e vivências, que a historiografia vê a necessidade de problematizar as lembranças de um passado remoto. Desse modo, iniciamos um processo de seleção de fatos e referências para tecermos, em prol de nossos anseios, o processo histórico que transformou as referências de nossos pais e avós, deixando-nos submersos às ressignificações dos lugares onde se constituíram memórias. Neste artigo tentamos entender um pouco sobre a constituição e erradicação do espaço público da praça pública na zona urbana e sua reestruturação e significados ao longo do tempo e do espaço de sujeitos baianos, particularmente, a Praça Tancredo Neves em Vitória da Conquista, Bahia.
PALAVRAS-CHAVE: Praça Tancredo Neves, Vitória da Conquista, História regional, Iconografia, Memória